Por Nícolas Wagner
"Centroavante, o mais importante" já diria o Skank no clássico É Uma Partida de Futebol. Imagine então se ele for o segundo maior artilheiro do futebol brasileiro na década passada. Mesmo com seus 38 anos, Neto Baiano desperta respeito em qualquer adversário. E esse é o principal aspecto que precisa levar Gilson Maciel, que inclusive foi um dos grandes centroavantes da história do futebol gaúcho, a repensar suas escolhas e recolocar NB9 no time titular do Aimoré.
Mesmo que não viva grande fase técnica, tendo marcado somente um gol até aqui, perdido oportunidades contra o Grêmio e entrado mal contra o Ypiranga, a simples presença de Neto preocupa a defesa adversária. Ele atrai os holofotes para si, abrindo espaço para os companheiros. Foi assim, por exemplo, no primeiro gol do Aimoré no campeonato, marcado por Luis Soares contra o Brasil de Pelotas, e no tento de cabeça de Janeudo, contra o Caxias. Em ambos lances, os dois zagueiros adversários focaram no centroavante e não marcaram os demais.
No jogo contra o Juventude, esse tipo de situação voltou a acontecer a partir da entrada de Neto na segunda etapa. Logo no começo, após cruzamento de Lucas Sampaio, o centroavante puxa a marcação de Cleberson e o olhar de Vitor Mendes, permitindo a Erico Junior cabecear na trave, na grande chance Índia na partida. Isaias também foi potencializado com a presença do homem de referência. Jogando na sua, como segundo atacante, conseguiu boas arrancadas que redundaram em faltas perigosas para o Índio Capilé, nas quais NB9 quase marcou.
E há um agravante para a próxima partida do Aimoré, contra o maior rival, nesta segunda-feira: Neto cresce em clássicos. Foi muito por isso que virou ídolo no futebol nordestino, em Sport, Vitória e CRB. Ele gosta do jogo brigado, do entrevero com os zagueiros. É uma figura que agrega liderança e experiência para estes momentos. Por tudo isso, o que resta dizer é que, no Clássico do Vale, a escalação é Neto Baiano e mais 10. Por favor, Gilson!
Foto: Fernando Campos/CE Aimoré