Por Natan Dalprá Rodrigues

Após uma extensa e cansativa viagem de retorno do oeste paranaense, fui incumbido pelo coordenador de conteúdo e mais novo jornalista da praça, Nícolas Wagner, de, através de algumas linhas, contar um pouco do que ocorreu em Cascavel 2 x 2 Aimoré.

Em um esporte cada vez mais e mais decidido em ajustes táticos e movimentos sincopados tal qual é um jogo de xadrez, o que se viu foi o Índio extremamente organizado, reconhecendo a melhor capacidade técnica do dono da casa, além do próprio cartel do time aurinegro (invicto em casa desde novembro, ainda não batido nessa Série D, somado ao fato, sempre bom frisar, do investimento deles ser umas 4 vezes maior do que o nosso).

Excluindo da análise o jogo de Paranaguá, estreia de Lacerda na casamata aimoresista, onde, devido a desfalques, ele teve que escalar 3 volantes na meia-cancha, nas duas últimas partidas em que o comandante teve a oportunidade de aplicar seu esquema tático predileto – o 4-2-3-1- o que nós pudemos sentir e observar, além da coordenação tática e de posicionamento, foi um time com atitude, brios, luta, sem fugir do jargão mais batido da querência, um time de Campeonato Gaúcho.

E, ao que tudo indica, isso surpreendeu o Cascavel, pois os comandados de Tcheco não conseguiam romper a barreira imposta por Rafael Lacerda. O Aimoré jogou para buscar situações pontuais, sem medo de sofrer uma pressão intensa do oponente. Mediante a forma impositiva e na busca pelo gol que joga o time do estado das araucárias, o espaço para contra-atacar passou a aparecer e as chances aimoresistas residiam ali.

Em tabelas pelo lado esquerdo, Isaías (como que o Gilson não escalava ele? COMO?) e Lucas Silva puseram o goleiro Ricardo a trabalhar, enquanto isso, Araújo, Régis, Renato e Natã iam fazendo um trabalho sujo para auxiliar o seguro Luiz Henrique. Até que num contra-golpe puxado por Renato e que passou de pé em pé, LS9 recebeu na área e soltou a bomba, Giaretta desviou com a mão e o pênalti foi marcado. O Imperador bateu forte e o imponderável sorria, 1 a 0 para o Aimoré.

Logo após a redonda voltar ao jogo, em um dividida entre Wagner Libano e o centroavante capilé, uma confusão foi formada, ambas as equipes pediram a expulsão dos envolvidos e começou um empurra-empurra generalizado que envolveu também as comissões técnicas das agremiações e aqui reside o “estranho” da coisa toda. O juiz da partida, Vitor Pereira da Silva, fez um sinal de que nem falta foi, não haveria sanção para ninguém, mas o quarto árbitro Robson Babinski, guarde este nome, depois de ser azucrinado pelo staff cascavelense, decidiu pelas expulsões do goleador Índio, do goleiro Pablo e de dois membros da retaguarda do Cascavel, mas...Nenhum jogador deles foi excluído da partida, curioso, não?!

Entraram 4 viaturas, 10 policiais e mais todo um espetáculo pirotécnico que levou de nada até lugar nenhum, assim sendo, houve o intervalo de partida. Lacerda sacou Xandy e colocou o estreante Bruno Martins na lateral esquerda, imprimindo ao Aimoré um esquema, 5-4-0. Evidente que a pressão da Serpente seria horrível e assim o foi, Vinícius, depois da cobrança de falta no meio do FEDOR, empatou o jogo.

Na continuidade da partida, o predomínio deles seguiu e as mexidas dos técnicos também, ao passo que também persistia a passividade de Vitor Pereira da Silva e a ENCHEÇÃO DE SACO por parte do banco do time da casa em relação ao trabalho da arbitragem. Foi tanto que em uma bola elevada, depois de uma dividida, onde, NO MÁXIMO, caberia a marcação de jogo perigoso e cartão amarelo, Wesley foi sumariamente expulso COM A PARTICIPAÇÃO DE RÓBSON BABINSKI (que nos faz lembrar de Lucas Horn). Isso mesmo, o Aimoré tinha 9 jogadores contra um dos bicho papões do campeonato.

Mas como o Índio ama a incredulidade e o non-sense, Adriano Klein e Padu (NUNCA CRITICAMOS) ingressaram na equipe para tentar dar um mínimo de organização a fim de ter escape perante o controle absoluto do Cascavel que colocou bola na trave, exigiu defesas importantes de LH1, além de todas as bolas afastadas possíveis pela nossa defesa. 

Lá pelas tantas, em uma respirada, o nosso capilé mais jovem (aliás, quem nasce no Hospital Centenário, por si só, já gosta de coisas difíceis) serviu a Paulo Eduardo de Roca Sales e este soltou a bota, um GOLAÇO ANTOLÓGICO QUE ACABOU COM A MINHA VOZ e, sabe-se lá como, o Aimoré estava novamente GANHANDO deles lá, com NOVE em campo. 

Tcheco colocou 3735635635635 atacantes em campo e numa das MIL E DUZENTAS bolas que foram invertidas, uma gorducha ingrata sobrou na beirada da área para Robinho (que joga muito) e este desferiu um canhotaço inapelável para Luiz Henrique. Não tinha tempo para mais nada, 2 a 2 foi o escore final.

Observando o resultado, voltar com um ponto de lá foi maravilhoso, é o primeiro ponto que o Aimoré obtém em competições nacionais fora do RS em seus 85 anos de história. Quando da distribuição do carnê da competição, projetávamos uma derrota para o time aurinegro. Mas dado o que foi a partida, o placar justo seria o triunfo do Índio, porém, como disse acima, quem deve NÃO ATRAPALHAR o espetáculo, o fez e de uma maneira, infelizmente, decisiva. Uma pena que, em face do que está disposto na súmula, dirigentes alviazuis estão correndo o sério risco de serem suspensos.

Dependemos somente de nós mesmos para classificar, com o agravante que dos três jogos que restam, dois deles (Esportivo e Marcílio Dias) serão confrontos diretos e o prélio faltante ser contra um desinteressado Joinville. Ainda dá. Mas para lograrmos êxito, o Índio precisa contratar um goleiro! Isso mesmo que tu leste, só temos hoje um guarda-valas à disposição visto que Pablo está suspenso. Somado a este fato, com o desfalque de Lucas Silva, é hora do lado GESTOR DE PESSOAS de Lacerda aparecer e ele conversar com todo o carinho do mundo com Neto Baiano, pois o veterano e consagrado matador será uma peça fundamental para o jogo que se avizinha (cumpre recordar que o Aimoré NUNCA venceu na Montanha dos Vinhedos, é hora de chutar para longe este tabu).

Enfim, meus amigos, foi uma tarde tipicamente aimoresista em Cascavel, onde sofremos, lutamos, fomos prejudicados pela arbitragem, mas saímos orgulhosos do que o Índio produziu e com a sensação do dever cumprido, isso sem mencionar o pensamento que toma a mente da coletividade capilé: “E se o Lacerda tivesse chegado antes?”.

Sigamos na peleia porque sábado (21/08) haverá uma final de Copa do Mundo em Bento Gonçalves contra um time limitado, mas muito bem ajustado pela raposa Rogério Zimermann, será tenso, dramático e enroscado, todavia eu creio que dá e uma vez mais estaremos lá para contar mais essa história.

PS: Obrigado a todos pela liderança absoluta na audiência durante a transmissão de sábado, são vocês (melhores ouvintes-internautas do universo) que nos fazem atrair anunciantes e fazer nosso trabalho, apesar de algumas falhas as quais pedimos desculpas, da maneira mais intensa possível. Seguimos!

Foto: Felipe Fachini

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Cristiano Scota - 15/08/2021 20h09
Boa noite, Fantástico. Baita texto resumindo tosa emoçao e paixão pelo nosso Índio Capilé. Só depende de nós e vamos conseguir. Abraço á toda equipe e ao meu amigo Natan.