Por Jhon Tedeschi
A empolgação com o Aimoré desta Divisão de Acesso parece evaporar a cada jogo da competição. Após três empates sem gols, onde mais que a falta do balançar as redes rivais, a falta de um desempenho mais vistoso chamou a atenção dos torcedores, que se perguntam: qual é a deste Índio?
O time que venceu Esportivo e Santa Cruz com ótimas atuações e teve momentos de brilho contra Gaúcho, Bagé e Inter-SM, será o mesmo que fez força para vencer o Real de Tramandaí e vem tendo as últimas atuações letárgicas? Seja como for, a equipe aimoresista já está classificada, praticamente garantido com a melhor campanha da competição. O que pode ser uma explicação plausível, inclusive. Talvez, até de forma inconsciente, o freio de mão se puxa, para evitar eventuais lesões e sobrecargas.
Uma colocação do técnico Paulo Henrique Marques me chamou a atenção depois do jogo contra o Passo Fundo. Segundo ele, poderíamos estar “mal acostumados” com o desempenho do time na primeira metade do Acesso. De forma muito pessoal, gostaria de ver o time manter uma regularidade, uma linha de atuações. Óbvio, é necessário combinar com o outro lado. Conforme os times se destacam, os estudos se intensificam e as linhas gerais passam a ser decifradas. Teria o Aimoré se tornado um time manjado? Eis o desafio da comissão técnica.
Tanto diagnóstico quanto cura vão demandar muito trabalho, muita conversa no dia a dia e, claro, uma busca por alternativas que a cada jogo parece mais urgente. O centroavante desejado já chegou – três meses depois do acerto inicial, tudo bem – e isso gera mais uma opção de jogo. Mais importante do que isso, vejo como primordial que o Aimoré se reencontre consigo mesmo, sob pena da eterna desconfiança do bom momento ser apenas uma exceção ou um delírio do fim do outono.
Os três jogos mais recentes evidenciaram problemas na criação e para replicar o volume ofensivo apresentado outrora. A defesa segue sólida e passa longe daí a maior preocupação da torcida, diferente do início da temporada. Há que sentar no divã e encontrar os porquês para recolocar o Carrossel Capilé nos trilhos.
Foto: Marcy Dutra/CE Aimoré