Por Nícolas Wagner
O domingo de Dia dos Pais terminou de forma melancólica para os aimoresistas. Os que estiveram no Estádio do Vale, os que não puderam entrar (por conta da atitude lamentável da direção adversária), e os demais espalhados por São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil e exterior não esperavam e não mereciam uma noite tão infeliz do escrete capilé, justamente no jogo mais importante até então.
O Aimoré foi irreconhecível. Mais do que jogador A ou B, ou escolhas do técnico Paulo Henrique Marques, o Índio sucumbiu, técnica e animicamente, de forma global. O rival, é claro, também teve seus méritos. Mas se engana se achar que está tudo resolvido.
Foram apenas 90 dos 180 minutos. Não esqueçamos que, no último acesso, em 2018, o Aimoré também foi derrotado no jogo de ida, fora de casa, para o Ypiranga. ‘Ah, mas foi por um gol de diferença’. Voltemos, então, a um ano antes, quando o Índio perdeu por 2 a 0 para o Pelotas, na primeira partida da semifinal da Copa FGF, e conseguiu a remontada épica no Cristo Rei, garantindo a inédita vaga na Copa do Brasil.
A história desse senhor de 89 anos, que ainda pode, sim, completar os 90 na elite do futebol gaúcho, é forjada na adversidade. E esse mesmo time, que não apelidamos de ‘Carrossel Capilé’ à toa, já provou ser capaz de dar a volta por cima ao emendar 11 jogos de invencibilidade após derrota muito similar, por 3 a 1, em Gramado.
Não é por acaso que nosso hino diz que conosco ninguém acaba. Enquanto tem bambu, tem flecha. É possível escalar a montanha. Mas o Aimoré precisa de cada um de nós. No próximo domingo, todos os caminhos levam ao Monumental do Cristo Rei.
Foto: Marcy Dutra/CE Aimoré